Ler é o melhor Remédio

Nos últimos dias tenho encontrado uma entrevista com o Miguel Esteves Cardoso (o mítico MEC) em vários Blogues. Sou fã do MEC desde a “Encomenda das Almas” (1986) e subscrevo inteiramente as palavras n’A Minha Mesada: [O MEC] “Deveria ser um Messias, deste país ora interessante, ora atarantado com mesquinhices e cheio de dúvidas existenciais.” E acrescento. Deveria ser proibido pessoas como o MEC ficarem tanto tempo na sombra, deixando-nos órfãos, mirrados à espera de mais banhos de genialidade.
O texto que se segue foi transcrito (muito grosseiramente) da entrevista ao Miguel Esteves Cardoso, que realmente vale a pena ouvir/ver no Blogue do Bruno Garschagen

As pessoas não conseguem estar sozinhas porque não lêem.

As pessoas têm de ler, muito, muito a começar pelos livros aos quadradinhos.

Depois disto tudo bem o saber estar sozinhos e quando há livros não há solidão.
Mesmo que te dêem com os pés ou seja um homeless, tens um livro para ler.

E depois deves escrever. Saber escrever uma lista de compras ou um bilhetinho à professora. Ter prazer de escrever.

* Pintura de August Renoir

Not so Silly

A maioria das notícias entristece-me e revolta-me. Rir não é o melhor remédio, para o que se passa em Portugal e no mundo, mas há que dar espaço a cada causa e a cada acção. A falta de sentido de humor torna as pessoas infelizes e o mundo um lugar difícil de habitar, por isso aqui fica a Revista de Imprensa para hoje:

Clima económico agrava-se significativamente em Julho in Jornal de Negócios
Esperam-se arrefecimentos nas saídas de fim-de-semana e aguaceiros na sopa, que já não chega para todos.

Cavaco Silva vetou o novo regime jurídico do divórcio in Jornal Público
Foi para salvar a economia, porque o "Divórcio é a principal causa do crédito malparado" (ver post do dia 13 de Agosto)


Rússia tem planos para cortar relações com a NATO in aeiou.pt
Até agora ninguém vetou este divórcio.

Subsídio de desemprego retirado a 3699 pessoas in JN
Os 3 e o 9 estavam a servir de pau de cabeleira aos 69 que F** os nossos impostos.

Férias

Inspirada pelo miniminimos aqui fica o meu mínimo:

Férias
Antes que Julho se fizesse Setembro, Maria, a gosto, se descobre, blogue e desnuda. Verão em Agosto e em Veranuda.

Foto de John Cornicello

Notícias da Silly Season com Silly Comments

Mercados: Ouro e prata caem para mínimos in Agência Financeira
É o efeito Michael Phelps (8 medalhas de ouro nos J. Olímpicos).

Sócrates diz que Governo criou 133 mil empregos in Jornal de Negócios
Aguarda-se a chegada dos trabalhadores a qualquer momento, para que o país começe a crescer economicamente.

MEP: O novo partido nasceu hoje in Agência Lusa
É prematuro e corre o risco de morrer na incubadora.

Lista negra de clientes de discotecas é «inconstitucional» in TSF
Lista Arco-iris fica mais catita e é multiracial.

DECO ensina a reclamar valores pagos indevidamente in aeiou.pt
Segue depois uma pós-graduação de como atirar pedras aos vidros dos bancos.

A-Gosto é ...

Descaradamente roubado da Poesia distribuída na rua:

Agosto é eu estar aqui a trazer as mangas arregaçadas

é envelhecer ao sol na dispersão distraída de determinados gestos

é saber que estou de momento separado de secretárias com muitos problemas em suspenso

que me sento numa pedra e oiço uma música e reconheço a minha forma mais frequente de me sentir vivo
Ruy Belo , "de Toda a Terra", 1976

Foto de Luis Lobo Rodrigues

E porque é Verão, visitem este site fantástico com o som de pássaros, passarinhos e passarões ( a sério)

Por favor, "importem" mais portugueses destes!

Obikwelu anuncia o fim da carreira
Português pediu desculpa por ter falhado a final dos 100 metros. “Agradeço a todos, porque estiveram a ver-me na televisão, e peço desculpa. Estou a ganhar dinheiro, porque o povo português está a pagar para eu estar aqui e não consegui chegar à final. Este é o meu trabalho e queria pelo menos dar uma final aos portugueses". In JN

Era bom que todos os portugueses tivessem estas atitudes de humildade. Será que algum dia vou ver e ouvir políticos e gestores do dinheiro público, a (pelo menos) a dizerem “desculpem, geri mal e delapidei o dinheiro que era povo português”.

Isto foi o que não fez, (por exemplo) o presidente do grupo Águas de Portugal ao contestar o relatório do Tribunal de Contas que, detectou dívidas de 1,7 mil milhões de euros à banca, gastos de 2,5 milhões de euros em viaturas atribuídas a administradores entre 2004 e 2006 e várias irregularidades como a acumulação de funções dos administradores do grupo.